terça-feira, 1 de setembro de 2009

Dia 3, segunda-feira - 23/08/2009 - Ushuaia – Navegação canal Beagle e Cerro Martial

Hoje é 24/08, mas vou iniciar relatando o dia de ontem, 23/08.

Não consegui escrever nada na volta pro hostel, estava realmente muito cansado. Acordei no terceiro dia às 07h40min da manha, a intenção era conseguir fazer a navegação pelo canal Beagle, eu já havia pesquisado antes sobre horários e melhores opções. Apos acordar fui me trocar e tive que atravessar correndo algumas vezes o quintal gelado do hostel, pois é, o dormitório é separado dos banhos e cozinha, então é preciso sair pra mudar de ambiente. Isto não seria um problema no Brasil, mas aqui com temperatura externa máxima por volta de -3°C? é de gelar a alma.
Entre idas e vindas correndo pelo quintal preparei minhas coisas, fiz minha mochila menor e guardei aquilo que não precisaria na mochila cargueira que ficaria no hostel.Na cozinha havia um cesto cheio com laranjas, o café era bom, tinha ovos, pães, cereal, leite, chocolate e as laranjas... Nada de luxo, cortei as laranjas e fiz uns dois copos de suco, em seguida me servi de um pouco de cereal com leite e fui até a recepção tentar conseguir mais informações sobre a navegação no canal Beagle, desci em seguida a pé até o porto onde existem uns cinco quiosques com agencias que fazem a tal navegação. Antes de comprar fui até o centro de informações turísticas onde a atendente, bastante simpática confirmou que havia dois horários, as 10 e as 15. Escolhi um quiosque e comprei o ticket ($141,00 ARS), comigo havia mais seis pessoas. O barco leva até 26 passageiros, mas é baixa temporada, o que ajuda a fazer a navegação mais tranqüila.
O zarpe aconteceu às 10h30min num iate pequeno e confortável. O visual foi espetacular, montanhas nevadas por todos os lados e temperatura por volta de -8C, mas do lado de fora com o movimento do barco e o fato de estar em mar aberto fez com que a sensação térmica fosse ainda menor, ficar do lado de fora sem luvas era possível pra mim por 10 minutos, depois disso já não sentia mais os dedos. Durante a navegação nossa guia explicava sobre rotas para se chegar a Ushuaia, curiosidades sobre a região e dados de navegação, profundidades, etc.
Conheci um brasileiro que também havia embarcado, por coincidência além de ser de São Paulo, trabalha e mora em Barueri.
No percurso o barco aproximou-se de três ilhas, uma delas com uma quantidade enorme de pássaros que a principio confundi com pingüins, eram cormoranes. Chegamos a observar um casal de pingüins na água. Soube que durante o inverno eles migram para o norte, no verão aqui fica cheio deles.
Depois dos pássaros os lobos ou leões marinhos, criaturas belíssimas e bastante imponentes, principalmente o macho que é maior e tem algo entre a cabeça e o pescoço que lembra um leão. Cada macho vive com cerca de quinze fêmeas e quando há brigas em muitos casos ela só acaba com a morte de algum deles. Eles fazem um barulho que às vezes chega a ser engraçado, são urros! Por último o barco atracou numa ilha no meio do canal Beagle, com o oceano pacífico de um lado e o atlântico de outro. Ficamos lá por cerca de meia hora e retornamos para o barco de onde voltaríamos para o porto em Ushuaia, a duração da navegação foi de 4 horas e durante podíamos nos servir de leite, chocolate, chá e biscoitos. Na volta ainda brindamos com licor de café, dessa vez tomei um pouquinho.
Depois de voltarmos ao porto, conversando com o brasileiro André, decidimos ir até o cerro Martial.
Chegamos ao cerro por volta das 15h40min, sendo que o ultimo teleférico desceria às 16h30min, hesitei um pouco em subir, mas depois acabei decidindo, mesmo sabendo que ficaria pouco tempo lá em cima ($50.00 ARS), a vista de cima foi bem legal e cansei andando na neve fofa, o frio era de matar e quando descemos meu pé já estava congelando, havia caído um pouco de neve dentro da minha bota. (depois aprendi a ajustar a polaina da calça de alpinista...), já eram quase 17h00min e eu havia apenas tomado café da manha.
Na base do cerro existe uma confeiteira, mas já estava fechando e o cara que nos atendeu não foi nada gentil, demorou uns 15 minutos pra dizer que só tinha alguns pedaços de bolo.
Tínhamos pensado em voltar a pé, (havíamos ido de taxi), são uns 5 km, mas com a fome e todo gelo na estrada seriam umas 2 horas pelo menos caminhando, não parecia mais ser uma boa idéia e então pegamos outro taxi voltando pra cidade em busca de algum lugar pra comer, ainda passei no hostel pra trocar a meia molhada, a bota resistiu bem à neve, depois de algumas voltas fomos parar num restaurante chamado “Ramos Generales”, o lugar é legal, era um armazém e foi transformado em restaurante, mas mantém toda decoração rústica.
Fiquei em dúvida sobre o que pedir estava faminto e ao mesmo tempo não queria gastar muito, mas depois decidi ter uma boa refeição, já que na noite anterior havia comido uma sopa instantânea com cebola em conserva com salame... Escolhi então uma massa com salmão e mariscos, uma escolha e tanto, umas duas garrafas de água com gás, o jantar saiu por $53.00 ARS, mas valeu cada centavo.
Antes do jantar eu havia tentado sacar dinheiro com o cartão múltiplo do banco, sem sucesso, depois do jantar voltei pro hostel, uma baita subida até chegar, foi um dia e tanto, cheguei cansado e um banho quente era tudo que eu queria, depois do banho fui deitar, tinha que acordar no outro dia às 08h00min e partir pro parque nacional as 09h00min, havia a possibilidade de reduzir minha estada em Ushuaia em um dia, mas tudo dependeria de encontrar passagem de ônibus para a terça feira e veria isso na manhã seguinte, assim como a questão do cartão do banco...

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